Tese de Mestrado em Sociologia - Pichadores de Muros: a Subcultura do Spray
Pichadores de Muros: a Subcultura do SprayMarli Diniz
Tese de Mestrado em Sociologia
IUPERJ 1987
Analisa a pichação na cidade do Rio de Janeiro com base em um estudo de caso de grnpos de pichadores. A pesquisa mostra que a pichação é uma atividade grnpal e que os grnpos de pichadores têm uma estrutura intema com hierarquias de poder e prestígio. Também é mostrado que a pichação é uma atividade regulada por critérios de desempenho e por códigos de conduta constituídos de regras práticas e códigos morais que fomlam o que a autora chama de "sub-cultura do spray ". A pesquisa revela a natureza da pichação, buscando demonstrar, em contra posição aos modelos analíticos de sub-cultura delinqüente, que não se pode definir características intrínsecas de comportamento, mas, apenas, especificar os mecanismos de atribuição de significado ao comportamento. Nesse sentido, o ponto fundamental para se compreender a pichação são os motivos que levam os adolescentes a pichar. Com isso, a autora estabelece uma estreita ligação entre a "sub-cultura do spray" e a crise de identidade da adolescência. Na base da atividade de pichação estão questões fundamentais para os adolescentes, tais como: originalidade, masculinidade, prestígio e poder, as quais ajudam na construção do tipo de identidade desejada por esses jovens. A "sub-cultura do spray"
possibilita a expressão das necessidades geradas pela crise de identidade,' o grupo de pichação funciona como um espaço para as interações simbólicas, onde o pichador se encontra não com a sua identificação de adolescente "genérico", anônimo e dependente, mas constrói uma identidade singular, autônoma e individualizada. A "sub-cultura do spray" é também a arena para o exercício do poder, que o jovem não pode exercer no mundo adulto; é um universo próprio, no qual o adolescente encontra sua 'posição ", e um canal para extravasar as ansiedades associadas à crise de identidade. Por último, o trabalho explora os efeitos da repressão policial, indicando como ela opera através de "marcas" que distinguem os pichadores segundo as classes sociais a que pertencem.
referência: http://www.ruavista.com/teses.htm
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